quinta-feira, 16 de maio de 2013

Os 10 maiores avanços tecnológicos de 2013, pelo MIT




Os 10 maiores avanços tecnológicos de 2013, pelo MIT:

 

Inteligência artificial, robôs de linha de montagem e controle de epidemias através de monitoramento de sinais de celular estão na lista do Instituto de Tecnologia de Massachusetts

Inteligência artificial
Inteligência artificial: um dos avanços citados na lista é o aprimoramento dos softwares de inteligência artificial, com capacidade de reconhcer padrões de imagens e palavras (Thikstock)
Sequenciamento de DNA de fetos, Inteligência artificial avançada e até rede social com mensagens que se autodestroem: esses são alguns dos itens considerados pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) os maiores avanços tecnológicos de 2013.
A publicação do instituto, MIT Technology Review, elegeu as 10 principais descobertas do ano. De acordo com eles, o principal critério foi escolher “avanços que deem às pessoas novas maneiras de usar a tecnologia”. Desde novas abordagens para uma tecnologia existente – caso dos relógios que mostram as mensagens de smartphones – até projetos experimentais – como o chip que recupera a capacidade do cérebro de criar memórias –, todos os itens apresentam soluções criativas para diferentes tipos de problemas, dos mais simples aos mais persistentes. A lista, porém, não os classifica em ordem de importância.
 
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Painel solar mais eficiente

Pesquisadores do Instituto de Tecnologia da Califórnia estão desenvolvendo um dispositivo que produz duas vezes mais energia solar do que os painéis atuais. De acordo com Harry Atwater, um dos desenvolvedores do projeto, isso é possível devido aos avanços recentes na habilidade de manipular a luz em escalas pequenas.
Os painéis solares são feitos de células com materiais semicondutores, geralmente silício. Como este material absorve apenas uma parte do espectro da luz solar, grande parte da luz se perde em forma de calor.
Enquant os painéis comuns convertem menos de 20% da energia em eletricidade, o novo dispositivo teria eficiência de pelo menos 50%, devido a um design diferente, que divide a luz solar (como faz um prisma, em seis a oito componentes) e direcionada cada uma das cores para uma célula com um tipo de semicondutor que a absorve.
Para Atwater, aumentar a eficiência dos painéis solares é a melhor opção para reduzir o custo da energia solar. Uma vez que os preços dos painéis já têm sido reduzidos ao longo dos anos, torná-los ainda mais baratos tem pouco impacto no custo total de um sistema de energia solar. Com painéis mais eficientes, porém, a quantidade deles necessária para produzir a mesma quantidade de energia é menor, o que reduz custos com instalação, que hoje é um dos principais entraves para a sua popularização.

Mensagem que se autodestrói

Pensando na quantidade de fotos e mensagens trocadas diariamente pela internet e nos problemas de privacidade relacionados a isso, dois estudantes de Stanford, Evan Spiegel e Bobby Murphy criaram o Snapchat, um aplicativo de mensagens instantâneas no qual o usuário envia fotos e vídeos e decide por quanto tempo eles vão ficar disponíveis para quem os recebe. Depois de dez segundos ou menos, as imagens desaparecem para sempre (o que explica porque o símbolo do aplicativo é um fantasma).
No ano passado, o facebook lançou o Poke (em português, Cutucar), que tem o mesmo princípio de mensagens que desaparecem. De acordo com os fundadores, eles queriam dar às pessoas a chance de se expressar sem se preocupar com algo que vai ficar armazenado, recriando um tipo de comunicação espontânea, como acontece na vida real.
O aplicativo, porém, ainda tem alguns problemas. O usuário pode tirar uma foto de uma imagem que receber antes que ela seja apagada, por exemplo. Nesses casos, a pessoa que mandou a foto é avisada, mas isso não impede que a foto seja armazenada ou divulgada.

Smartphone de pulso

Quando Eric Migicovsky criou o Pebble (relógio que se conecta a smartphones), há cerca de cinco anos, ele estava procurando um jeito prático de checar informações em seu celular enquanto andava de biciclleta, sem ter que tirar o aparelho do bolso a todo o momento.
O relógio se conecta via Bluetooth a iPhones e aparelhos que usam o sistema Android e mostra notificações, mensagens e outros dados simples em sua tela em preto e branco. O desenvolvimento do protótipo foi viabilizado por uma plataforma online de financiamento coletivo, o Kickstarter. Em abril do ano passado, Migicovsky pediu 100 mil dólares e, em cinco semanas, recebeu mais de 10 milhões. Os “relógios inteligentes” se tornaram um mercado à parte. A Sony entrou no ano passado e Samsung e Apple ainda devem fazer o mesmo.

Redes elétricas poderosas

Sistemas de corrente contínua em alta tensão (tipo de corrente elétrica na qual os elétrons vão sempre na mesma direção) são os mais eficientes para transportar grandes quantidades de eletricidade por milhares de quilômetros. Apesar de serem melhores do que os sistemas de corrente alternada (aquela cujo sentido varia de acordo com o tempo), que ainda correspondem à maioria do sistemas existentes, eles são menos utilizados porque só permitem fazer uma transmissão direta, de uma ponta à outra, e não criar redes integradas, que são necessárias aos sistemas elétricos.
A empresa suíça ABB criou um dispositivo que pode resolver este problema técnico: um disjuntor para sistemas em corrente contínua em alta tensão. Ele permite desconectar partes da rede que apresentam algum problema, enquanto o restante dela funciona normalmente.
Redes de corrente contínua seriam mais eficientes para conectar fontes de energia renováveis a longas distâncias. Isso possibilitaria, por exemplo, levar energia solar ou eólica a locais que não apresentam potencial de produção desse tipo de energia.

Impressão 3D em escala industrial

Ao tomar a decisão de produzir bocais de combustível para um novo motor de avião utilizando a técnica da fabricação aditiva (versão industrial da impressão 3D), a General Electric (GE) deu o primeiro passo para a introdução desse tipo de processo pelas grandes indústrias.
O método de impressão 3D já é utilizado para a produção de algumas peças específicas, como implantes médicos e protótipos de plásticos para engenheiros e designers, mas a produção em grande escala é onde esta tecnologia pode ter o maior impacto comercial.
A fabricação aditiva é vantajosa para empresas porque gasta menos material na hora de produzir as peças.  No caso da GE, ainda há a vantagem de que a peça produzida fica mais leve, o que significa economia de combustível para os aviões.

Robô industrial amigável

Robôs industriais costumam ser imensos e ficar isolados em espécies de gaiolas, para evitar a aproximação de trabalhadores. Eles só podem ser reprogramados por especialistas e podem até causar acidentes, por não serem capazes de perceber a presença de pessoas por perto.
Pensando nisso, Rodney Brooks, um dos fundadores da empresa Rethink Robotics ("Repense a robótica", em tradução livre), que busca revolucionar os robôs industriais, lançou no ano passado o Baxter, um robô que ajuda na linha de montagem.  Ele tem braços flexíveis e uma tela de LCD com um rosto, que serve não só para deixa-lo mais "amigável", mas para indicar onde sua atenção está concentrada. Ele é capaz de perceber obstáculos e aproximação de pessoas e pode ser facilmente reprogramado para ajudar em diversas tarefas.

Microchip de memória

Neurocientistas de diversas universidades americanas criaram um microchip que restaura a capacidade do cérebro de produzir memórias de longo prazo (aquelas das quais nos lembramos por dias ou anos).
Ted Berger, professor de engenharia biomédica da Universidade do Sul da Califórnia, analisou como os sinais elétricos se propagam através dos neurônios do hipocampo, região do cérebro que transforma memórias de curto prazo em longo prazo, e utilizou criou um modelo que imita essa movimentação.
O dispositivo já foi testado em ratos e macacos, e os pesquisadores estimam que os estudos em humanos comecem em cerca de dois anos.
 

Monitoramento de epidemias pelo celular

Pesquisadores da Escola de Saúde Pública de Harvard, em Boston, criaram uma estratégia de combate à malária com base em torres de transmissão de sinal de celular. Dessa forma eles descobriram, por exemplo, que pessoas que faziam ligações ou enviavam mensagens perto da torre de transmissão da cidade de Kericho, no Quênia, faziam viagens para fora da região 16 vezes mais do que a média, e também eram três vezes mais propensos a visitar a região do Lago Vitória, um dos grandes lagos africanos, identificado como um dos principais focos da doença. A causa de tanta movimentação foi identificado por imagens de satélite: uma plantação de chá que tinha muitos migrantes ficava próxima à torre de Kericho.
Essa pesquisa pode ajudar a detectar os principais focos nos quais a doença deve ser combatida prioritariamente, além de ser uma feramente útil para controle de movimentação de pessoas, uma vez que muitos países mais pobres não conseguem fazer essa contagem de forma eficiente.
Esse tipo de informação também pode ajudar em campanhas de prevenção baratas, como por exemplo, enviar mensagens de texto a pessoas que entram na zona de cobertura da torre de Kericho alertando sobre o uso de mosqueteiros. A estratégia ainda tem a vantagem de funcionar com diversos tipos de telefone, inclusive aqueles mais simples, que só fazem ligações e mandam mensagens.

Sequenciamento do DNA de fetos

Recentemente foram desenvolvidos testes capazes de detectar Síndrome de Down e algumas outras doenças cromossômicas em bebês ainda na barriga da mãe. Até então, o único jeito de detectar essas doenças era por meio da retirada de células da placenta ou do líquido amniótico, processo que envolve um pequeno risco de aborto espontâneo.
E este pode ser apenas o começo do sequenciamento de DNA pré-natal. Alguns laboratórios que estão fazendo os testes para Síndrome de Down já encontraram um jeito de obter muito mais informações sobre o feto a partir do sangue da mãe – inclusive o genoma completo.
Além de um grande avanço científico, especula-se que esta descoberta tenha grande potencial econômico, uma vez que a gravidez pode ser o maior campo de aplicação do sequenciamento de DNA. Atualmente, alguns pacientes têm o DNA sequenciado quando apresentam uma doença genética ou câncer, mas alguns especialistas já arriscam dizer que no futuro as pessoas não vão esperar ficar doentes para fazer o sequenciamento.
No entanto, o sequenciamento de DNA fetal ainda está longe de ser uma prática acessível. Sequenciar o genoma do bebê a partir do sangue da mãe ainda é um processo longo e trabalhoso, que deve custar caro. O sequenciamento do genoma de um adulto atualmente custa cerca de 10.000 dólares, e o procedimento para um feto deve ser mais caro.
Além da questão econômica, ainda existem diversas discussões éticas sobre esse avanço. Descobrir durante a gravidez as doenças que o bebê terá ao nascer, e talvez até mesmo ao longo da vida, pode ou levar a uma opção maior pela realização de abortos, ou mesmo criar um desespero "desnecessário", uma vez que para muitas dessas doenças ainda não existe tratamento.

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